
Esta é o momento da (pré)campanha.
Qual agressão a Vital Moreira, qual importância das ideias, qual quê. A blogosfera parou. Literalmente. Não há blogue que não fale no assunto. Não há blogger que não tenha já feito um poster com a piada. Aleluia, motivo para esta campanha ter interesse.
Isto é típico e repetente no debate parlamentar nacional. E refiro-me ao debate parlamentar português como ao francês ou espanhol. Não há intervenção que não comece com um "sound-byte", uma rima ou algo que não seja circense. Se assim não for, não tem interesse. Não há político que se considere que não tenha sempre a piaducha pronta. E ver qual tem a mais acutilante e refinada. E assim vamos rindo, sorrindo e aliviando as dores dos nossos dias.
Porém, estas trocas de "elogios" entre os cabeças de lista é feita pelos candidatos ao Parlamento Europeu, (se bem que aqui foi um ministro, não faltam exemplos) e aqui o tempo médio de intervenção permitido ao deputado é 1 muinuto [estou já avisar]. Mais acresce que as intervenções dos deputados são traduzidas pelas cabines de interpretação (eu preferia quando aquilo eram de tradução simultânea mas é politicamente correcto chamar-lhes interpretação, assim seja). Ora este tipo de debate pode alegrar as nossas hostes e divertir-nos mas do lado de cá, não surtirá o mínimo efeito. Grande chatice. Nem consigo imaginar aliás como ficariam as traduções de "maizena" em maltês ou letão, mas acredito que os colegas de bancada não perceberiam o sentido da provocação e não se divertiriam garantidamente.
O Parlamento Europeu tem 23 línguas oficiais, o que confere mais de 506 as combinações linguísticas possíveis. Apenas uma nota prática: temos cá 430 intérpretes funcionários e contamos com uma reserva de cerca de 2500 intérpretes externos.
É que cá, o debate prende-se na substância. É que perante isto não vá alguém vir para cá enganado. Amén.
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