Justiça inflamada...

Publicada por Tiago Sousa Dias

advogados que colaboram na prática de crimes


Este foi o último brinde do Bastonário da Ordem dos Advogados.


Antes de ser Bastonário, António Marinho era admirado por dizer o que mais ninguém dizia. Hoje é contestado internamente pelo mesmíssimo motivo. Porque será?


Numa perspectiva muito básica é um problema de comunicação. Noutra, mais complexa, seria incómodo. Mas parece-me que é mesmo pelo motivo mais simples de todos. António Marinho é "chato" porque não se cansa de denunciar o Mundo inteiro mas inconsequentemente. Nada resulta das denúncias públicas que faz e apenas se limita a dizer, com ou sem informação priveligiada (e não acredito que o fizesse sem a ter), o que, em conversa de café, o país inteiro diz. Mas o bastonário, quando agarra o microfone, não é um cidadão livre de dizer o que se diz no café. Existe uma Ordem Profissional, toda uma classe de profissionais cuja imagem sai afectada e denegrida pelas declarações do Bastonário. Ao dizer em abstracto que há advogados que ajudam ou facilitam a comissão de actos criminosos, Marinho Pinto lança sobre a classe uma nuvem de suspeição até que tudo esteja esclarecido. Ora, não sou contra a denúncia. Pelo contrário. Cada advogado e, mais que todos, o Bastonário tem a responsabilidade de, enquanto cidadão e elemento fundamental da realização da justiça, cooperar, com esta, para que as devidas sanções sejam aplicadas a quem prevarica. Mas não é bem isso que acontece aqui. Faz-me lembrar um pouco aquelas declarações de Valentim Loureiro: "Ouvi dizer mas não quero acreditar...". Então se tem conhecimento denuncie! Leve às autoridades para que se apure a verdade e algo mais! Para que os casos suspeitos fiquem devidamente delimitados e nenhum advogado, nenhum profissional da Ordem que dirige fique sob suspeita, em igual pé entre os seus pares, só porque há maçãs podres nesta classe. Há, claro que sim. Mas diga quais são e apure-se porque os outros não ficam de bem consigo e os que estão podres não gostam da afronta. Desagrada a gregos e a troianos e transforma uma classe que em tempos fora respeitada numa misturadora perigosa em que, a breve trecho, se admite como dado adquirido que tudo se pode fazer porque nem o Bastonário põe cobro à indecência. Quer fazer justiça? Faça mesmo e promova o processo crime. Se não acha suficiente, faça promover o processo disciplinar. Mas não diga que é preciso justiça se de facto a não pede.
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