Foi em 1987, um ano depois da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), que os portugueses foram em maior número às urnas, para escolherem os seus "embaixadores" na Europa.

Desde então, o interesse dos portugueses nas questões europeias, em particular as eleições para o Parlamento Europeu, tem vindo a desvanecer-se, caindo para níveis preocupantes. Algumas projecções apontam para uma participção que não deverá ultrapassar os 25% de eleitores.

Excepção feita a 1987, a participação dos cidadãos portugueses para a eleição dos seus Deputados Europeus tem sido sistematicamente inferior à média europeia. É certo que a média europeia também não é muito alta, mas andar sistematicamente abaixo, dá que pensar.

Porque será que os portugueses não querem saber da Europa?

Quem parece esfregar as mãos são os eurocépticos que, segundo os entendidos das sondagens, estão a ser "levados ao colo "pela elevada abstenção.

Em Portugal, o feliz contemplado tem sido o Bloco de Esquerda que, quase sem saber como, se vê na iminência de poder eleger 3 Deputados ao Parlamento Europeu.

Para o Partido Socialista, nem tudo são rosas. O Partido do Governo deverá receber um merecido "cartão amarelo" por uma "entrada de carrinho e a pés juntos" do Eng. Sócrates e dos seus querubins sobre a a qualidade de vida dos portugueses. Os portugueses vivem pior do que viviam, e parece que já não acham muita piada a serem governados por um primeiro ministro que todos os dias aparece ligado a casos, no mínimo, pouco claros. Daqui resultará a "expulsão" de pelo menos 3 socialistas do PE.

A Dra. Manuela Ferreira Leite, depois de um processo conturbado na elaboração da sua lista, parece estar a começar a capitalizar, finalmente, o desnorte da tutela tendo, até à data, ganho a aposta no cabeça de lista do PSD para as Europeias. O Dr. Paulo Rangel tem sido agressivo quanto baste e, verdade seja dita, não tem tido adversário à altura. Chegará para ganhar as eleições ao PS?

A cassete comunista deverá dar os frutos habituais, e a grande dúvida reside talvez em saber se o Partido de Paulo Portas elegerá um ou dois candidatos.

Mas como em Potugal os prognósticos se fazem só no fim do jogo, resta esperar pelo dia 07 de Junho para sabermos como vai Portugal ficar representado na Europa dos 27. A mesma Europa que os portugueses, volvidos mais de 20 anos de integração europeia, ainda não conhecem nem sabem como funciona.
Já agora, se calhar, vale a pena pensar nisto...

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2 Comentários ao Post "Os portugueses andam de costas voltadas para a Europa?"

  1. Cidália Said,

    "Porque será que os portugueses não querem saber da Europa?"

    Será porque a Europa não se tem mostrado como uma força próxima dos cidadãos de unidade e integrante?
    Para os Portugueses a Europa não será aquele edificio grande que há em Bruxelas de onde vinham uns dinheiros no início?
    O que tem sido feito para mudar esta visão?
    Com a crise, a Europa teve oportunidade de mostrar aos países integrantes que juntos poderão encontrar soluções mais facilmente. Mas o que aconteceu é que cada um esbraceja para seu lado tentando num salve-se quem puder.
    A França, por exemplo, tem dado bons exemplos de individualismo e até de chauvinismo. O caso Quimonda poderia ter outro desfecho se a Alemanha se tivesse coordenado com Portugal, nós ainda tentamos, mas sózinhos, foi só para enterrar dinheiro a fundo perdido.

    O Blog está muito interessante!

    Publicado em 9 de maio de 2009 às 17:26

     
  2. Nuno Campo Said,

    Cara Cidália,
    muito obrigados pelas palavras de elogio ao blog.
    De facto, nas alturas mais complicadas, a Europa parece uma manto de retalhos, muito difícil de unir.

    Publicado em 10 de maio de 2009 às 13:34

     

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