Tem sido justamente comentado, até por aqui, o discurso a “dois tons” da maioria socialista, ora pelo Primeiro-Ministro ora pelo cabeça de lista às europeias, sobre o apoio português à recondução de Barroso.
Serviu o post anterior para nos situar à partida para as eleições “europeias” i.e. as eleições para o Parlamento Europeu.
A este propósito, tem-se justamente comentado, até por aqui, o discurso a “dois tons” da maioria socialista, ora pelo Primeiro-Ministro ora pelo cabeça de lista às europeias, sobre o apoio português à recondução de Barroso.
O posicionamento tem pouco de surpreendente; é menos revelador sobre a “coerência interna” do PS do que sobre a orgânica institucional e a relevância do Parlamento Europeu. É assunto que tencionava trazer à colação e que agora aproveito.
Eleger Barroso ou um presidente à esquerda não é tão importante assim. Na verdade, a actual Comissão já tem representantes à esquerda em pelouros relevantes – vide a pasta do Comércio, entregue aos trabalhistas britânicos (concedo que Mandelson é uma ilustração menos feliz…), a pasta do Emprego a Vladimir Spidla, trabalhista checo… O “mau da fita” é de há muito Charlie McCreevy, um irlandês de ar rude e tendência muito liberal
Mas as pessoas sabem perfeitamente que McCreevy pouco ou nada pode fazer se o Conselho não se quer mexer. Porque quando finalmente o Conselho quis mexer, as coisas mudaram.
No fundo é isto que explica a divergência entre candidato e Primeiro-Ministro. Para um Governo português de centro-esquerda, é mais fácil influenciar um Presidente português de centro-direita do que um não-português da mesma cor política.
Simplesmente, muitos na esquerda portuguesa têm uma aversão a Durão Barroso, uns porque o acompanham desde o desvario maoísta, outros porque vêem nele ainda um antigo Primeiro-Ministro que em Portugal não deixou saudades - ainda que por simples falta de tempo para as deixar...
Este ponto sumariza o descrédito institucional que atinge o Parlamento Europeu. Digo-o com certa mágoa, de quem ali trabalhou durante mais de 3 anos.
Vezes de mais o PE limita-se a uma “feira de vaidades” em que quando verdadeiramente interessa o que está em causa, por norma vêm os Deputados reproduzir fielmente aquilo que ao telefone lhes foi comunicado por um gabinete ministerial do país de origem…
É óbvio que assim sendo o PE é uma instituição de legitimidade amputada.
Autor:
Pedro Pinto de Sousa
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Participação nas eleições para o PE, 1979-2004. Prognósticos para 2009?
Autor:
Pedro Pinto de Sousa
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Incrível. Berlusconi no seu pior...

No meio da tragédia que nem se sabe se já tem fim, Silvio Berlusconi saiu-se com esta:
"Imaginem que estão a passar um fim de semana no parque."
Acrescentou ainda que não "lhes" falta nada. Têm comida, médicos, tudo...
Que desprezo pela condição humana ou falta de tacto...
Autor:
Quadratura do Circo
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Contrariando as expectativas que alguns chegaram a alimentar, Obama não planeou qualquer visita às instituições comunitárias na sua primeira deslocação à Europa.
Contrariando as expectativas que alguns chegaram a alimentar, Obama não planeou qualquer visita às instituições comunitárias na sua primeira deslocação à Europa.
Se à deslocação à cimeira do G20 em Londres neste final de semana se sucede a cimeira comemorativa dos 60 anos da NATO em Estrasburgo, no entretanto realiza-se uma sessão plenária do Parlamento Europeu em Bruxelas que poderia ter sido presidida pelo Presidente Americano.
It wasn’t to be…
Hélas, em matéria de relações externas, e particularmente da resposta política à crise financeira, vale mais escutar as vozes de Londres, Paris e Berlim do que da “capital europeia”. Bruxelas fica-se pela presença fugaz de Hillary Clinton há umas semanas atrás, que se limitou de resto a uma visita de cortesia à Young Transatlantic Network (YTN), um “think tank” de quadros baseados em Bruxelas cujo nome fala por si.
Pelo contrário, Brown esteve na semana passada na sessão plenária de Estrasburgo e assumiu-se como algo mais que o anfitrião de ocasião.
Na verdade, no que respeita às relações com a Europa, e em particular ao nível da regulação financeira, a linha divisória está, hoje como antes, entre um “eixo” Londres-Washington e um “eixo” Paris-Berlim.
Se o Reino Unido resistiu durante muito tempo às pressões no sentido de uma regulação mais estreita do sector financeiro – à semelhança daquilo que se passou durante anos com a banca de investimento nos EUA – acabou por ser Gordon Brown o precursor dos movimentos de recapitalização de bancos e de garantia de depósitos que fizeram caminho na União Europeia. Para trás ficaram as resistências britânicas aos primeiros sinais de desgaste do “capitalismo financeiro” deste início de século – as questões da regulação financeira saltaram para a agenda quando a "aliança" entre Angela Merkel e Nicolas Sarkozy trouxe à colação, no Verão de 2007, os “locus funds”, fundos especulativos ("private equity") que na Alemanha (como na Dinamarca) eram acusados de sugar a economia empresarial à custa de lucros financeiros de curto prazo.
Honra seja feita a quem, como o antigo Primeiro-Ministro Dinamarquês Poul Rasmussen – o presumível candidato de esquerda ao lugar actualmente de Barroso - desde então se bateram pelo voluntarismo europeu na regulação. Os Socialistas exageram hoje na clarividência que se atribuem, mas foram os únicos no quadro partidário europeu a manifestar a fraqueza da arquitectura existente.
Entretanto, Obama divide para reinar. Entre ele e Brown jogar-se-á o mais decisivo denominador comum dos países desenvolvidos. Por "injusto" que seja para os esforços e acção dos que em Bruxelas se bateram por outro quadro de regulação.
Autor:
Pedro Pinto de Sousa
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O circo político vai agora ser alvo do escrutínio dos quadrantes.
A tarte tatin foi só o mote para nos sentarmos à mesa com todos (continua...)
Tiago Sousa Dias
O circo político vai agora ser alvo do escrutínio dos quadrantes.
A tarte tatin foi só o mote para nos sentarmos à mesa com todos.
Desejo a todos os quadrantes umas belas postas e sem grande ambição, no minímo espera-se que este blog faça cair dois Governos em 10 anos e nomeie um Provedor de Justiça até 2013.
Tiago Sousa Dias
Autor:
Quadratura do Circo
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